Bibi Ferreira (Rio de Janeiro, 1 de junho de 1922 – 13 de fevereiro de 2019) praticamente nasceu no palco. Com 22 dias de vida, sua madrinha, a atriz Abigail, que na época era casada com o dramaturgo e seu padrinho, Oduvaldo Vianna, a levou para a ribalta com apenas 20 dias de nascida. Seu sobrenome advém de uma linhagem ilustre do no teatro brasileiro. Filha do ator Procópio Ferreira com a bailarina espanhola Aída Izquierdo, Abigail – assim como sua madrinha – iniciou a carreira no país e no idioma de sua mãe, com quem ficou após a separação dos pais. Após regressar ao Brasil, iniciou uma exitosa e longeva trajetória artística.

Fundou sua própria companhia de teatro ainda em 1942 e foi uma das primeiras mulheres diretoras de teatro no Brasil. Destacou-se na televisão como apresentadora, mas nunca se interessou por participar de nenhuma telenovela. Manteve-se, assim, fiel ao teatro, onde realmente sentia-se à vontade.

Participou de inúmeros musicais, atuando ou dirigindo. Em ambas as funções, atingiu grande sucesso: como diretora, o show Brasileiro, Profissão Esperança, de Paulo Pontes e Oduvaldo Vianna Filho, em 1970, fez um estrondoso sucesso. Já em 1975, recebeu o troféu Molière por sua atuação em Gota D’Água, de Paulo Pontes e Chico Buarque.

Já considerada uma artista consagrada, Bibi Ferreira personificou duas grandes divas da música – a francesa Edith Piaf e portuguesa Amália Rodrigues – e causou grande impacto nas plateias por onde se apresentou devido à verossimilhança que conseguiu transmitir. Seu prazer em unir a atuação, a música, sua vasta experiência e o seu profundo conhecimento sobre as artes da cena fizeram da atriz uma das artistas mais completas e talentosas que já passaram pelo teatro (do Brasil e do mundo).