Descrição
O presente trabalho tem como objetivo analisar como quilombolas, da comunidade Nossa Senhora das Graças Vila do Cravo, Nordeste do Pará, avaliam sua própria fala e desse modo manifestam atitudes e crenças linguísticas. Para a sua realização, o trabalho pautou-se nas conjunturas teórico-metodológicas da sociolinguística e dos estudos sobre Crenças e Atitudes (LABOV, 1998; LAMBERT; LAMBERT, 1972). A pesquisa foi realizada com uma amostra de 8 informantes, 4 do sexo masculino e 4 do sexo feminino, das faixas etárias de 18 a 30 anos e acima de 50 anos, todos nativos da comunidade, filhos de pais nativos quilombolas. Como instrumento de coleta foram utilizados os protocolos de entrevistas, com utilização de um questionário de cunho qualitativo sobre crenças e atitudes linguísticas (FREITAG, 2014; CARDOSO, 2014). Os resultados revelaram que os quilombolas possuem atitudes positivas em relação à fala da comunidade, manifestando-se desse modo uma segurança linguística à sua variedade linguística e um sentimento de lealdade desse grupo social à sua identidade linguística. Por meio de atitudes positivas os quilombolas transmitem conotações sociais de respeito, orgulho e valoração de sua variedade.