Descrição
O presente ensaio busca refletir - tendo como lócus territorial e epistêmico a esfera geocultural do Acre - como certas manifestações sensoriais criativas sonoras são tratadas pelo mercado, pelo estado e pela academia no contexto de um Estado-Nação colonizado. A pretensão é demonstrar a ocorrência de práticas colonizadoras em face da produção sensorial criativa local, especialmente a musical, oferecendo como fato-modelo a ausência de preocupação historiográfica, mormente pelas políticas públicas, em relação a dita produção, fato este que se revela como uma das expressões concretas e simbólicas do fenômeno da colonialidade cultural. Ausência esta fortalecida, senão também determinada, pelas ações da indústria cultural e da academia com seus estatutos de estética norte-eurocêntricos (no plano global), e brasilcêntricos (no plano nacional), o que faz com que a música acreana se ponha como uma expressão cultural negada pelo Estado-Nação brasileiro.