Descrição
O longa-metragem Shara (2003), da cineasta japonesa Naomi Kawase, investe naquilo que se pode chamar de “câmera-corpo”, ou seja, um tipo de estratégia narrativa que parte de um uso mais sensorial da câmera na tomada, seja em relação aos corpos dos personagens, ou aos seus movimentos e às suas relações com o mundo. Esta pesquisa sobre a sensibilidade possibilita pensar um tipo de cinema que compreende seus personagens não pelo que eles são, mas pela forma como eles atuam em determinado espaço e de que maneira eles estabelecem bons encontros com outros corpos, a partir de uma mise-en-scène carregada de sensorialidade.