Descrição
A cobertura jornalística do caso Snowden, que vazou documentos revelando a espionagem realizada pelo governo americano, é analisada neste trabalho a partir do conceito de incidente crítico (estabelecido por Zelizer), para a reconfiguração da autoridade jornalística. A partir do confronto de narrativas de memória, os jornalistas renegociam sua autoridade e estabelecem visões dominantes da história. O caso propiciou a formação de uma “comunidade interpretativa” que recriou um ideal profissional mesclando antigos paradigmas com elementos novos das práticas nas mídias digitais. A memória, especialmente em sua dimensão coletiva, é analisada a partir de conceitos sobre arquivamento, fragmentação e globalização. O caso mostra que as conexões entre memória e jornalismo adquiriram novos significados em relação ao que se estabeleceu na Modernidade.