Descrição
A crise da monarquia absolutista na Europa, ocorrida entre o final do século XVIII e o raiar do século XIX, teve impacto político profundo na condução do Império português, sendo a transferência da corte portuguesa para o Brasil a mudança de maior destaque. Na América, a monarquia bragantina criou inúmeras instituições políticas e culturais no Rio de Janeiro. Assim, o objetivo deste artigo é analisar o universo científico português voltado às atividades militares para perceber o sentido político da criação da Real Academia Militar do Rio de Janeiro (1810) dentro de um projeto de império luso-brasileiro. Inicialmente são apresentadas as linhas gerais dos setores letrados que absorveram as Luzes em Portugal, sua filosofia e os comportamentos culturais voltados para o universo militar entre os governos de D. José e D. Joao VI e, em seguida, analisa-se pelo mesmo prisma o impacto da chegada da corte ao Rio de Janeiro, com destaque para a Real Academia Militar e as características políticas, culturais e científicas desse novo locus de saber.