Descrição
O artigo tem como objetivo discutir o boom dos usos públicos da história nas sociedades contemporâneas. Para isso, busca-se apresentar as origens históricas da expressão, qual seja, a “querela entre historiadores” localizada na Alemanha acerca do nazismo, e suas mudanças e desenvolvimento, ultrapassando o marco espacial e de significação originais. A partir disso, intenta-se abordar três casos em que se destacam os usos públicos da história, a saber, os revisionismos históricos, a história pública e o ensino de história. Os três campos, apesar de suas singularidades, mantêm interfaces com a memória, interagindo permanentemente entre si e contribuindo para forjar sentidos de passado na contemporaneidade. Constituem, portanto, espaços fundamentais de disputa de hegemonia, marcados por conflitos intensos, podendo servir para reforçar a passividade ou para construir olhares participativos e transformadores.