Descrição
O artigo analisa as estratégias interculturais da população afro-brasileira no cenário autoritário da década de 1970 na Grande Florianópolis por meio da atuação da yalorixá “Mãe” Malvina. Pioneira e principal liderança da umbanda local, apropria-se de “ferramentas” de afirmação do espaço cultural, religioso e social: o sincretismo e a festa. O espaço da festa é analisado como elemento medular para entender a religião em sua totalidade, momento de encontro e confrontação social e de princípios éticos, morais e religiosos, uma das mais expressivas instituições do grupo praticante, segundo Amaral (1992). Dessa forma as festas do povo-de-santo não promovem apenas a celebração religiosa,mas o encontro de diversos aspectos da vida, tais como religião, economia, política, prazer, lazer etc. Além desse aspecto, a festa promove ainda a possibilidade da educação para a paz, escolhida pela ONU a “década internacional da promoção de uma cultura da paz e da não-violência em proveito das crianças do mundo”.