Descrição
O artigo analisa o filme Guerra do Paraguay, de Luiz Rosemberg, como uma metaficção historiográfica que subverte o envolvimento mimético com o mundo, onde as noções de realismo ou referência entre o discurso da arte e da história são modificadas através de sua confrontação. A diegese do filme se constrói na teatralidade da encenação que determina as composições de quadro e as orientações dos planos, valorizando os diálogos das personagens que questionam a câmera e o espectador sobre a arte e a vida. Identificaram-se seis tipos de planos-sequência que criam uma narrativa complexa que indaga sobre as verdades históricas e estéticas, pois o diretor põe em dúvida a demarcação da fronteira entre a arte e o mundo, contestando as verdades da realidade e da ficção a partir da “incorporação diegética de passados intertextuais”, como elemento estrutural que constitui as criações contemporâneas, funcionando como marca formal da historicidade da obra.