Descrição
A diferenciação curricular e pedagógica como exigência e necessidade educativa tem estado na origem de reflexões e práticas que tendem a acentuar, sobretudo, a necessidade de se respeitar as singularidades cognitivas e culturais dos alunos como fator fundamental da gestão do seu processo de ensino-aprendizagem. Sendo certo que este é um fator incontornável de um projeto educacional de matriz democrática, importa valorizar uma outra dimensão, a que alguns investigadores têm vindo a chamar a atenção, e que se relaciona quer com as singularidades epistemológicas dos saberes escolares quer com a historicidade dos mesmos. Trata-se de afirmar que o seu processo de construção não pode ser desprezado como um fator que obriga os docentes a refletir sobre os desafios culturais com que, a partir de tais saberes, definem os desafios curriculares que suportam a sua ação formativa nos espaços da sala de aula. É sobre uma tal problemática, e as implicações curriculares e didáticas da mesma, que este texto se debruça.