Descrição
Neste artigo, indagamos se os usos da Internet em telecentros se constituem em ações de inclusão digital. Os dados apresentados são decorrentes de pesquisa que investigou as relações entre Tecnologias da Informação e Comunicação e jovens de baixa renda usuários da Internet, no Município de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro. Na primeira seção, contextualizamos o acesso à Internet e os projetos que visam sua expansão no cenário brasileiro. Na segunda seção, apresentamos parte da pesquisa e da metodologia escolhida para a análise de dados – a Teoria de Análise Argumentativa de Perelman e Olbrecths-Tyteca. Na terceira seção, propomos as conceituações teóricas de Canclini, Cazeloto, Soares, Sorj e Warschauer, atentando para as articulações entre inclusão digital e exclusão social. Finalmente, na última seção, encerramos o trabalho concluindo que os usos da Internet em telecentros não promovem a inclusão digital no Município. As atividades proporcionadas pelos telecentros não correspondem à inclusão digital no sentido de promover a inclusão social de seus usuários, como pretendem os discursos governamentais. Além disso, esses novos espaços de socialização não reduzem a marginalização já instaurada nesse grupo, evidenciando a precariedade da estratégia.