-
Professors: mental suffering at the public university?||PROFESSORES: SOFRIMENTO MENTAL NA UNIVERSIDADE PÚBLICA?
- Voltar
Metadados
Descrição
This article discusses the professors’ mental suffering at the contemporary Brazilian public university. This research was carried out in a university (Instituição Federal de Ensino Superior - IFES), in partnership with the University Teachers Union, resulting from semi-structured interviews and participant observations in conversation meetings on the research’s subject. In this text, part of the data resulting from this exploratory research will be presented. It was identified that professors’ mental suffering is invisible and that those who communicate it are called to normalize their expressions, configuring them as an individual, psychiatric, or legal issue. Also, equally individualizing strategies were identified to deal with daily suffering. The discussion carried out in the article highlights the collective and institutional character of the reported suffering, relating it to the expansion processes, changes in career, and other processes related to the working conditions and to the established professional relationships. Academic “productivism”, harassment among peers, and forms of evaluation within the university were configured as the main causes of suffering among teachers, permeated by competition, individualism, and the absence of a sense of belonging to a collective. Among the main strategies used as a response to mental suffering are isolation, attempting internal mobility, and disqualification of a graduate program. We conclude that the mental suffering of teachers is an issue that requires attention, especially because of its impact on academic life, which takes the form of the first cause for absences from work.||Este artigo discute o sofrimento mental de docentes na universidade pública brasileira contemporânea. Serão apresentados, neste texto, parte dos dados resultantes de pesquisa qualitativa exploratória, realizada em uma Instituição Federal de Ensino Superior (IFES), em parceria com o Sindicato dos Professores, resultantes da realização de entrevistas semiestruturadas e observação participante em “Rodas de Conversa” sindicais sobre o tema. Identificou-se que o assunto é invisibilizado e que aqueles professores que comunicam seu sofrimento são chamados a normalizar suas expressões, configurando-as como uma questão individual, psiquiátrica ou jurídica. Além disso, foram identificadas estratégias igualmente individualizantes para lidar com o sofrimento no cotidiano. A discussão realizada no artigo ressalta o caráter coletivo e institucional do sofrimento relatado, relacionando-o aos processos de expansão, alterações na carreira e outros relativos às condições de trabalho e às relações profissionais estabelecidas. O “produtivismo” acadêmico, o assédio entre pares e as formas de avaliação dentro da universidade se configuraram como as principais causas de sofrimento entre professores, permeadas pela competição, individualismo, e ausência de sentimento de pertença a um coletivo. Entre as principais estratégias utilizadas em resposta ao sofrimento mental vivenciado estão o isolamento, tentativa de mobilidade interna e descredenciamento da pós-graduação. Concluímos que o sofrimento mental de docentes é uma pauta que exige atenção, especialmente em função de seu impacto na vida acadêmica, que toma a forma de primeira causa nos afastamentos do trabalho.
ISSN
1516-9537
Periódico
Autor
Brandão Goulart, Maria Stella | Coelho Antunes, Juliana
Data
7 de janeiro de 2021
Formato
Identificador
https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/view/21962 | 10.35699/2238-037X.2020.21962
Idioma
Direitos autorais
Copyright (c) 2020 Trabalho & Educação | https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Fonte
Trabalho & Educação; v. 29 n. 3 (2020); 95-112 | 2238-037X | 1516-9537
Assuntos
Sofrimento Mental | Universidade | Trabalho Docente | Mental Suffering | University | Teaching Work
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion