Descrição
Propusemo-nos uma reflexão sobre a infância e não o pudemos fazer separadamente do brincar, que lhe é próprio. A problemática que se coloca ao diálogo travado com os teóricos, que se voltaram à criança, leva-nos a encontrá-la em sua pequenez. Não será ouvida e nem levada em conta a sua elaboração de pensamento e seus desejos, pois se estima que ainda venha a ser alguém – isso quando crescer. Impingem-lhe, então, padrões adultocêntricos. Atribuem-lhe e inculcam-lhe um sonho que não é dela: ser adulto. Destinam-na ao consumo e reconhecem-na inútil e improdutiva, pois lhe desprezam a capacidade criadora de fazer o novo emergir, a curiosidade que possibilita seu conhecer e a gratuidade em se relacionar e ser solidária. Há o predomínio, entre os que se ocupam de sua educação, do paradigma de que o grande é que tem valor. Caberá ao educador não ignorar a problemática que envolve a infância. Isso o compromete com a defesa da possibilidade da criança vivê-la, o que implica em assumir a presença do lúdico e também, assumir com as crianças a possibilidade de sonhar o que não ousamos, ou já esquecemos que ousamos sonhar um dia.