Descrição
Este ensaio apresenta reflexões acerca das possibilidades de pensar a vida na cidade a partir do lugar dos sons e da escuta na produção de conhecimento em Planejamento Urbano e Regional. Discute-se as singularidades da escuta como maneira de vivenciar, construir e significar realidades, destacando-se o caráter incessante das sonoridades no cotidiano. A escuta é entendida como sentido receptor de grande densidade de estímulos - aos quais muitas vezes indivíduos mostram-se indiferentes. Recorre-se à atitude blasé de Simmel como noção chave para a compreensão da percepção das sonoridades oriundas da cidade tanto na dimensão banal cotidiana quanto na prática científica. Partindo da constatação de que sons não constituem tema de destaque no estudo da cidade no Planejamento Urbano e Regional e que, quando tratados costumam o ser como negatividades, como ruído gerador de interferências, busca-se entender a capacidade dos indivíduos de agir seletivamente em relação aos sons na vida cotidiana e também na prática cientifica. ||This essay presents some reflections about the possibilities of thinking about life in the city from the place of sounds and the listening in the production of knowlegde in Urban and Regional Planning. We discuss the singularities of listenning as a way of experience, construct and meaning realities, emphasizing the character incessant of sounds in everyday life. The listenning is understood as a sense receptor of a high desity of stimuli – which often individuals are indifferent. Drawing on blasé attitude (Simmel) as a key concept for understanding the perceptions of sounds coming from the city, both in the everyday live and in scientific practice. Starting from the fact that sounds are not prominent issue in the study of the city in Urban and Regional Planning and that, when treated, tendo to be as negativities, as interference noise generator, seeks to undertand the ability of individuals to act selectively in relation to sounds in everyday life and also in scientific practice.