Descrição
O presente artigo tem o objetivo de apresentar reflexões sobre a escuta psicanalítica de pessoas que vivem em contextos de crueldade. Para escrever a clínica recorre-se ao método do estudo clínico, contando histórias escutadas em diversos contextos. Argumenta-se que as políticas de crueldade poderão produzir resistência na escuta do analista e apontam-se alguns caminhos para o trabalho clínico. Fundamentalmente, a problematização dos conceitos psicanalíticos à luz a descentralização em relação à produção europeia, e a intervenção do psicanalista em ações que levem à heterogeneização dos discursos do Outro, quando estes se apresentam homogêneos.