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Literature as a nation’s looking glass||A literatura como espelho da nação
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Metadados
Descrição
Based on critics from the time of the Estado Novo (1937-1945), relationships between history and literature, reality and fiction, and objectivity and subjectivity are explored. The Estado Novo's literary project, centered around the idea of nation, presented a new history of Brazilian literature, where in the nation's writers gained the status of heros. Description, objectivity, accuracy, and truth were the requirements evaluated by literary critics. Symmetry between author-work-nation was demanded, with each element providing a mirrored reflection of the other. Documental tradition was sacred. Within this picture, the modernist movement was subjected to a double evaluation process: it was praised whenever it expressed an interest in national culture, indicating its identity with the regime; on the other hand, it was the object of severe criticism whenever it showed preference for fiction as a form. By referring to Euclides da Cunha and Machado de Assis, it was possible to establish an interesting confrontation between the model intellectual (Euclide) and the marginal intellectual (Machado). In defending realism as one of our civilizing values and in tailoring his writings to the documentalist tradition, Euclides reinforced regionalist tradition. In contrast, Machado de Assis made a double break with these paradigms, defending universalist themes and adopting fiction as his style.||Com apoio na crítica literária do período do Estado Novo, a autora discute as relações entre história e literatura, realidade e ficção, objetividade e subjetividade. O projeto literário do Estado Novo, centrado em torno da idéia de nação, apresentou uma nova história da literatura brasileira, na qual os escritores nacionais ganharam status de herói. Descrição, objetividade, precisão e verdade eram as exigências da crítica, e a simetria entre autor- trabalho-nação era esperada, numa dinâmica em que cada elemento fosse capaz de refletir o outro. Nesse sentido a tradição documental era consagrada. Dentro deste quadro, o movimento modernista encontra-se sujeito à dupla avaliação do processo: valorizado por exprimir interesse pelos temas nacionais, o que indica sua identificação com o regime e, por outro lado, objeto de forte crítica por mostrar preferência pela forma ficcional A partir dos exemplos de Machado de Assim e Euclides da Cunha, estabelece-se um interessante contraponto entre o modelo intelectual (Euclides) e o intelectual marginal (Machado). Ao defender o realismo como um dos valores civilizatórios e ao moldar seus escritos conforme a tradição ¿documentalista¿, Euclides acaba por reforçar a tradição regionalista. Por sua vez, Machado fez uma dupla ruptura com esses paradigmas, ao defender temas universalistas e ao adotar a ficção como estilo.
ISSN
0103-2186
Periódico
Autor
Velloso, Mônica
Data
1 de dezembro de 1988
Formato
Idioma
Editor
Fonte
Revista Estudos Históricos; Vol. 1 No. 2 (1988): National Identity; 239-263 | Revista Estudos Históricos; v. 1 n. 2 (1988): Identidade Nacional; 239-263 | 2178-1494 | 0103-2186
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion