Descrição
Durante o período da dominação neerlandesa na Capitania de Pernambuco (1630-1654) a emergência de uma significativa comunidade judaica estabelecida no Recife foi sem dúvida uma das mais notáveis alterações no espaço colonial pernambucano. A presença destes judeus, fossem vindos da Holanda ou cristãos-novos “retornados”, fez-se sentir em diversas atividades econômico-sociais, tais como os senhores de engenho, cobradores de impostos e militares, mas o seu maior destaque deu-se no ambiente da cidade do Recife, com os comerciantes em grosso e em retalho. No espaço urbano, concentraram-se nos entornos da Rua dos Judeus, onde se localizava a Sinagoga Kahal Zur Israel. Este trabalho aborda a atmosfera religiosa do Recife sob influência da presença judaica; os conflitos surgidos da convivência tensa, ainda que tolerante, entre diversos credos; as manifestações públicas e privadas do Judaísmo. A sinagoga como nódulo emanador desta tal atmosfera sobre o espaço da rua, afetando o comportamento dos indivíduos, judeus e não judeus.