Descrição
No presente ensaio esboçamos a tentativa de se analisar unicamente uma imagem, profundamente significativa, da obra Maina Mendes; a mesma imagem, que será detalhada à medida que o presente texto se estrutura, centra-se no primeiro capítulo da obra citada, no início de um acordo arcano que Maina estabelece com o mundo e que justifica o seu (des)situamento no mesmo. Essa imagem — com o dedo, a menina desenha um círculo no embaciamento do vidro, dentro do qual coloca, por ordens diferentes e respeitando a velocidade da mudança processada, o mundo, ela enquanto sujeito pensado e pensante, o pensamento ele próprio —, pautada por uma ressignificação de dimensão semiótica e fenomenológica, tange um inovador diálogo experimentalista ao ser pensada em função dos conceitos literários e filosóficos deleuzianos de “dobra” e “desterritorialização”, no sentido de uma recomposição. A maior descoberta terá sido a legibilidade desse pensamento crítico e a certeza legitimada de que o segredo do texto resiste ao sentido, afirmando a sua singularidade.