Descrição
Este artigo pretende comprovar a relevância das capas na estruturação estética e significativa do cordel ao longo de sua história como manifestação popular do imaginário nordestino. Para tanto, estabelece um diálogo entre a evolução do folheto e de suas capas, demonstrando como a alteração destes artifícios estéticos expressa a condição do cordel de gênero da literatura popular que se encontra numa fronteira entre-tempos, alterando-se, à medida que traduz o sua relação intersemióica com linguagens distintas: os desenhos populares, a xilogravura, as fotografias de cinemas, os cartões postais da década de 30, e, por último, a estrutura das revistas em quadrinho. Desta forma, este trabalho defende que a mobilidade das capas na história do cordel expressa como o folheto presentifica-se, alterando a sua linguagem para reforçar temas de uma tradição que se reatualiza no tempo sem deixar de manter raizes de uma tradição popular.