Descrição
Este artigo procura compreender, de um ponto de vista geral, a relação que existe entre a imagem e a palavra nas capas dos principais romances de Ferreira de Castro, focalizando-se em especial na sua obra de referência: “A Selva”. Pelas suas múltiplas edições, em diversas línguas, a obra possui variados motivos de capa, desde o elemento floresta, ao rio, aos animais selvagens, à presença de inúmeras figuras humanas, ora indígenas, ora africanas, ora européias. A metodologia usada, tendo em conta que se trata de um estudo em progresso, é sobretudo de âmbito qualitativo, alicerçando-se numa análise descritiva, semiótica e interpretativa das sinopses e dos temas presentes num corpus composto por 25 capas de “A Selva”. Dessa análise destaca-se, desde já, a presença da floresta em detrimento da árvore, a figura masculina em vez de feminina, a cor verde em relação às demais. Procurar-se-á refletir ainda sobre os vários sentidos ocultos das capas propostas, antecedendo esse estudo com uma interpretação da relação imagem-texto de outras obras relevantes do autor.