Descrição
Neste trabalho, propomos o exame dos sentidos que circularam na mídia tradicional sobre o gesto da índia Tuíra, por ocasião do I Encontro dos povos indígenas da Amazônia, em 1989. Para tal, traçamos a conjuntura sócio-histórica que desembocou no fato contingente, qual seja, o toque do facão da índia no rosto do representante da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes. Discutiremos como a grande mass media, que cobriu o evento, à época, trabalhou para estancar qualquer possibilidade do vir a ser diferente, do sentido outro que pudesse fazer a memória discursiva estilhaçar-se em seu funcionamento. O corpus discursivo é constituído por materialidades discursivas de natureza semiótica diferenciada, quais sejam, a célebre foto que capturou a cena histórica da índia Tuíra tocando com seu facão a face do ex-diretor da Eletronorte José Antônio Muniz Lopes e um recorte de uma matéria jornalística que, à época, tematizou tal cena enunciativa.