Descrição
This paper aims to analyze four news report series on some prisons in the state of Guanabara published by the newspaper Ultima Hora, from Rio de Janeiro, between 1960 and 1961. The chosen years comprehend the creation of a new state, the election of Carlos Lacerda as its governor, the reorganization of public security services, the resignation of a president of the Republic and attempts to block his legal succession, resulting in several possible noises from the political field over the journalistic field. Nevertheless, it should be noted that Carlos Lacerda had a long history of conflicts with the newspaper Ultima Hora, leading to a fierce opposition from the newspaper throughout his term. Aware of this scenario and of the various possible noises, our analysis prioritizes the forms and changes in the journalistic framing about prisons, detainees, prison and police agents, as well as the Government in a broad way. The analysis reveals, at the same time, changes in the collective representations about these subjects and historical permanence of police arbitrariness, usually associated with the authoritarian context after 1964, as well as the denunciations that would break out in 1963 regarding the extermination of homeless people.||O presente artigo busca analisar quatro séries de reportagens sobre alguns presídios do estado da Guanabara publicadas pelo jornal carioca Ultima Hora entre 1960 e 1961. Os anos escolhidos compreendem a criação de um novo estado, a eleição de Carlos Lacerda como governador, a reorganização dos serviços de segurança pública, a renúncia de um presidente da República e tentativas de barrar sua sucessão legal, resultando em diversos ruídos possíveis do campo político sobre o campo jornalístico. Não obstante, deve-se pontuar que Carlos Lacerda já apresentava um longo histórico de conflitos com o jornal Ultima Hora, levando a uma ferrenha oposição do jornal ao longo de sua gestão. Cientes desse cenário e dos diversos ruídos possíveis, nossa análise prioriza as formas e alterações de enquadramento jornalístico sobre os presídios, detentos, agentes prisionais e policiais, bem como o Poder Público de forma ampla. A análise revela, ao mesmo tempo, mudanças nas representações coletivas sobre esses assuntos e permanências históricas de arbitrariedades policiais, usualmente associadas ao contexto autoritário posterior a 1964, bem como as denúncias que eclodiriam em 1963 quanto ao extermínio de moradores de rua.
