Descrição
O presente artigo tem como objetivo contextualizar e analisar o campo da visualidade, adotando uma abordagem sobre o ato da visão que se configura além do olho, demandando outra instância para pensar o visível. Para tanto, busca-se investigar a produção de artistas, obras visuais e audiovisuais que convocam um paradigma auditivo como aglutinador de conhecimentos, contextualizando e reconstruindo uma forma de abordagem para a percepção visual. Nesse contexto, a questão da sinestesia se torna um centro conceitual apto para explicar a relação entrecruzada dos sentidos da audição e visão. Desse modo, através das obras e a condição sensorial do artista Neil Harbisson, e ainda, de análises do contexto histórico e das técnicas de produção da visual music, será exposto a forma entrecruzada como o "ver" pode se manifestar e se implicar. Articulam-se fundamentalmente tais casos com Gibson (1986) e Ingold (2002).