Descrição
Este artigo é um recorte da pesquisa de doutorado em Psicologia que investigou as implicações subjetivas e institucionais da política pública do uso do nome (social) por estudantes transexuais em escolas do município de Belo Horizonte. Na investigação da trajetória da estudante transexual Nazaré, utilizou-se como metodologia entrevista semiestruturada, rodas de conversação e observação participante da rotina escolar, analisadas á luz das teorias pós estruturalistas de gênero. A Instituição Escola com seus ritos, interditos, discursos e práticas ordena sujeitos e corpos em categorias binárias numa perspectiva heteronormativa que normatiza, iguala e invisibiliza a diferença. Conclui-se que o dispositivo nome (social) é insuficiente para gerenciar as lacunas entre o texto prescrito da política pública e a prática social na escola, sendo considerado como um ponto de partida para o reconhecimento dos direitos de cidadania de transexuais no Brasil.