Descrição
A câmera se aproxima e pivota suavemente no espaço, fazendo uma varredura completa da estátua. O movimento nos dá oportunidade de reconhecer a cidade ao redor, mas não é como se não soubéssemos desde o primeiro frame onde estamos – como se não tivéssemos visto, tantas vezes, aquele mesmo emparelhamento entre figura e fundo. O vídeo, nesse sentido, não serve tanto para nos apresentar um cenário desconhecido quanto para proclamar a sua exuberância. A mesma coreografia se repete em outros trechos avulsos, com variações mínimas no ângulo de abordagem, nas condições atmosféricas ou na hora de gravação. Eventualmente, a câmera não conclui a sua volta. Eventualmente, ela passa sobre os ombros do monumento e vai repousar num tableau da baía de Guanabara, materializando um ponto-de-vista sobrehumano para o qual a cidade existe eternamente como panorama.