Descrição
Durante o século XIX, a perspectiva dominante a respeito da compreensão das narrativas míticas gregas condenava-as por sua irracionalidade e imoralidade. Os autores da chamada Ciência da Mitologia esforçavam-se por interpretar aquilo que era entendido como metáforas presentes nas narrativas. Contudo, o século XIX é testemunha também de um decisivo aprofundamento nesse campo de pesquisa. Friedrich W. Schelling (1775-1854) inaugura uma nova forma de pensar o mito e sua relação com a sociedade que o produziu. O presente artigo tem como objetivo identificar na parte geral da Filosofia da Arte – um dos primeiros escritos do filósofo - elementos que apontam para essa nova perspectiva em relação ao mito e que serão, de certa maneira, retomados décadas após quando Schelling formula a sua Filosofia da mitologia.