Descrição
Lembro, logo existo. No ritmo alucinante da contemporaneidade, commudanças aceleradas e dissolução de certezas e referenciais, recorrer àmemória é mais do que uma compensação. É uma tentativa desesperada deencontrar alguma estabilidade diante da reordenação espacial e temporaldo mundo. Lembrar é trazer de volta antigos modos de vida e experiênciassociais. É tentar reviver momentos de coerência e estabilidade.Para Jesus Martín-Barbero, vivemos um “boom de memória”, causadopela crise na moderna experiência do tempo (2000, p. 1). Barbero identificavárias manifestações desse boom: crescimento e expansão dos museus,restauração dos velhos centros urbanos, auge do romance histórico, modaretrô na arquitetura e no vestuário, entusiasmo por comemorações, multiplicaçãode antiquários e um grande interesse pelas biografias e autobiografias.