Descrição
As práticas comunicacionais em rede da cibercultura proporcionam um inédito fazer político que conferem novas características ao ativismo, formando um contexto para a emergência do ciberativismo. Este artigo tem como objetivo compreender como se estruturam os processos formativos de um integrante do Mídia NINJA (MN) e suas relações com o ativismo no contexto da cibercultura. O estudo adotou uma abordagem de estudo de caso com perspectiva etnográfica para compreender o olhar de um fotógrafo do MN sobre os referidos processos e relações, evidenciadas por sua experiência nas manifestações de 2013 no Brasil. As técnicas de pesquisa utilizadas foram a entrevista semi-estruturada e a coleta de dados em redes sociais. O arcabouço teórico do estudo abrange as teorias sobre ciberativismo (CASTELLS, 2013; DI FELICE, 2013; ANTOUN & MALINI, 2013); cibercultura (LEMOS, 2010; LÉVY, 1993 e 2010) e processos formativos (LAROSSA, 2002; MACEDO, 2010; DOMINCÉ, 2006). As experiências relatadas neste trabalho pelo integrante do MN indicaram que seus processos formativos e sua atuação, enquanto fotógrafo e ciberativista, delineiam trajetórias marcadas pelas trocas horizontais e em rede com sujeitos diversos. Estas se estruturam para além dos ambientes formais de ensino e estão relacionadas à sua atuação política como fotógrafo em formação e ativista em rede. São processos relacionados, que sustentam o ativismo atual e nele se retroalimentam. Indicam, assim, novas formas de aprender e de atuar politicamente na contemporaneidade.