Descrição
As décadas recentes caracterizam-se por um amplo processo de flexibilização das empresas, preservando, contudo, a mentalidade e a prática de controle. Em paralelo, o advento das tecnologias digitais, com a Internet e a Web, introduziu formas de circulação da informação e de conexão entre atores cuja característica central é o “não-controle”. Pensando a empresa como um fenômeno sistêmico complexo e as redes digitais como um fenômeno pós-sistêmico, tentamos identificar o que ocorre na fronteira entre a lógica corporativa e a lógica das redes sociais digitais. A metodologia de pesquisa Cartografia das Controvérsias, baseada na Teoria Ator-Rede, aplicada à controvérsia gerada pela contaminação do suco de maçã AdeS da Unilever, mostrou empiricamente que o controle nas esferas de informação-comunicação das empresas bloqueia sua evolução para o digital, o que se acentua e adquire mais visibilidade em situações de crise.