Descrição
O artigo trata de construção do eu em (auto)biografias de presos comuns, a partir de oficinas de leitura, realizadas com a mediação de leitores experientes, que se desdobram em (auto)escritas de si ou relatos de vida em depoimentos e entrevistas (biografias). O processo de ressubjetivação pela palavra ficcional alcança a construção de uma identidade potencial desconhecida no avesso da vida de exclusão que experimentam. No encontro com as personagens da literatura desenha-se uma compreensão crítica do mundo em que se veem inseridos e uma compreensão distinta das possiblidades alternativas de reinserção social. A experiência realizada em diversas prisões durante a etapa inicial do Proler, disseminou-se em outras iniciativas pelo país, e diverge em quase tudo da proposta oficial do Judiciário, que confunde leitura para a vida com leitura para a remissão de pena.