Descrição
Para adequar-se a uma faixa etária da audiência mais jovem, os distribuidores brasileiros do filme de terror Halloween – O início (2007) excluíram 26 minutos do longa-metragem – quase um quarto de sua extensão original. A partir do inusitado reposicionamento da classificação estatal na crítica aos cortes, este artigo analisa como as cenas cortadas comprometem a obra, considerando que a violência é o cerne de “slasher films” e não pode ser descartada como excesso pela autocensura. Este texto também critica o modelo de cortes promovidos por produtores privados e induzido pela classificação indicativa governamental, sugerindo um novo mecanismo para apresentar maior transparência ao processo que foi considerado como uma prática inconstitucional de censura pelo Supremo Tribunal Federal.||In order to be approved to younger audiences, the Brazilian distributors of horror film “Halloween” (USA, 2007) cut scenes that totaled 26 minutes – almost a quarter of its original length. Since even the state agency responsible for media ratings denounced this editing practice, this article evaluates how these excluded scenes compromise the movie, considering that violence is essential to slasher films and cannot just be cut off as an excess in self-censorship commercial practices. This paper also criticizes the Brazilian model that induces movie producers to cut their own films in order to follow the State film ratings. This research introduces a new mechanism to give more transparency to this processes that have already been considered as an unconstitutional practice of censorship by the Brazilian Supreme Federal Court (STF).