Descrição
O modelo escatológico denominado ressurreição na morte defende a hipótese teológica do atemporalismo, segundo o qual na morte o ser humano deixa para trás as categorias temporais. Deste modo não é necessário imaginar um tempo no qual a alma esteja separada do corpo. Os defensores do supracitado modelo acusam a escatologia clássica de introduzir um tempo na eternidade. Todavia, uma análise das fontes bíblicas, litúrgicas e dogmáticas da teologia católica demostra que a expressão vida eterna não deve ser compreendida dentro das categorias filosóficas de imutabilidade e impassibilidade. Ao contrário, a expressão vida eterna e o próprio termo eternidade devem ser dialogicamente compreendidos como comunhão com Deus. Por outro lado, um suposto atemporalismo post-mortem, no qual os mortos permanecem na imutabilidade e nada mais esperam significa um renovado dualismo e uma desvalorização da história e do próprio tempo.