Descrição
As linguagens expressivas oferecem possibilidades de significação para pessoas com alterações de fala e linguagem. Este estudo apresenta relato sobre um projeto de música com alunos surdos de quatro a 18 anos. O trabalho se desenvolveu impulsionado por uma aluna de graduação de Pedagogia que propôs um projeto de iniciação científica sobre práticas musicais com alunos surdos; a iniciativa foi acolhida no espaço de atendimento em artes visuais no decorrer de 2014 com cinco grupos de alunos surdos num programa de extensão universitária. Desenvolveram-se conversas sobre a presença da música na família; experimentos de física, que pretendiam “tornar o som visível”; construção de instrumentos nas quatro categorias (idiofone, membranofone, cordofone e aerofone); improvisação musical; vivências com notações musicais intuitivas e pautadas em George Self. Os resultados mostraram que os alunos surdos, apesar de inicialmente expressarem sentimentos de incapacidade e resistência ao serem convidados a participar, tiveram facilidade de manejar ferramentas e construir e decorar os instrumentos; engajaram-se nas atividades rítmicas, nos batuques e na imitação de danças rítmicas conhecidas. O projeto valorizou a participação e explorou maneiras acessíveis de desfrutar das vivências musicais.