Descrição
The purpose of this article is to analyze gender relations and media on the Festivals of Song realized in Brazilian television between the years 1965 and 1972 in several televised channels. The main focus will be given to International Festivals Rede Globo, though the analysis also reaches festivals of others channels. The Festival of Song, or the Festivals, have special significance because they occurred in a short space of time, but nevertheless, are a component in an important phase in Brazilian history, the period of the military dictatorship. They also have in their time characteristic the fact to have permeated the changes caused by Institutional Act No. 5 (IA - 5) that formalized the military regime as a sensor and coercive government, in anther words, a dictatorship. The television festivals emerge as a space in which power relations occurred nonlinearly related to the female and the traditional role that a socio-historical representation imposes for women: associated with sentimental sphere and home space. These both with regard to the power relationship between the artists and the political relationship with the military. On the one hand, this space reflects the majority male presence in various sectors of the television and music industry, with an overwhelming number of men in the presentation and even mostly in musical composition. On the other hand, demonstrates the current social contradictions: the rise of the feminist movement, extolling the symbolic action of female participation, usually favorite to bring his songs, written generally by men, to the top awardsin these festivals, and in a context of repression they suffered specifics military sensors that were ever vigilant of the “dangers” posed by female sexual liberation, according to “moral values“ of these time.||O objetivo deste artigo é analisar as relações de gênero e mídia em Festivais Musicais entre os anos de 1965 e 1972 em diversos canais televisionados. Privilegiar-se-á Festivais Internacionais da Rede Globo, embora a análise também alcance festivais de outros canais de televisão. Os Festivais revestem-se de especial importância por terem acontecido em um curto espaço temporal que, no entanto, conseguirem abarcar uma fase importante da história brasileira: o período da ditadura militar. Um fato relevante é que vivenciaram as mudanças impostas pelo Ato Institucional Nº5 (AI-5), que oficializou o regime governamental militar como um governo censor e coercitivo, ou seja, uma ditadura. Os festivais televisivos surgem como um espaço no qual as relações de poder se dão de maneira não linear com relação ao feminino e ao tradicional papel que a representação sócio-histórica impõe para as mulheres, associadas à esfera sentimental e ao espaço do lar. Isto tanto no que diz respeito à relação de poder entre artistas quanto na relação política com os militares. Por um lado, esse espaço refletem a majoritária presença masculina nos diversos setores da indústria televisiva e fonográfica, com uma quantidade esmagadora de homens na apresentação e ainda maior na composição musical. Por outro lado, demonstra as contradições sociais vigentes: ascensão do movimento feminista; exaltando a participação simbólica das mulheres, usualmente favoritas a levarem suas canções aos prêmios máximos nos festivais e, em um contexto de repressão, ressaltado o fato que elas sofriam mais com os sensores militares, sempre vigilantes dos “perigos” postos pela liberação sexual feminina aos “valores morais” da época.
