Descrição
Este artigo analisa o documentário como um processo experimental de linguagem, no qual o cotidiano é explicitado para servir como possibilidade de reflexão e crítica. Discute-se o recorte realizado pelo diretor, que se torna também narrador: aquele que ouve e realiza a mediação da experiência relatada por seus entrevistados. A partir das aproximações entre Crônica de um verão, de Jean Rouch, e Jogo de cena, de Eduardo Coutinho, fica demonstrada a possibilidade da prática destes documentaristas como um método de pesquisa, ou melhor, como metáporo – na proposição de Marcondes – do qual se pode extrair, também, um conceito de comunicação.||This article examines the documentary as an experimental language process, in which everyday life is exposed as to open the possibility for reflection and critique. We discuss the trimming done by the director, who also becomes the narrator: one who listens and performs the mediation of the experiences reported by the interviewees. Through the similarities between Chronicle of a summer (Jean Rouch), and Jogo de cena (Eduardo Coutinho) the possibility of the documentary practice as a research method, or rather as metáporo (C. Marcondes), is demonstrated. We can also gather from it a notion of communication.