Descrição
This article revisits the collection of short stories O cego e a dançarina (1980), by João Gilberto Noll, using the expression “bloody fact” (“fato cruento”), presented in the last short story, to explain the evolutions of a violent, destructive imaginary, which transits from eroticism to the effective immolation of the body. From the analysis of these variations, the element can be associated with the fictional landscape defined by the tragic alienation of human life, whether in an intellectual, affective, or libidinal sense. On the other hand, we aim to read it as a resource of human continuity by intervening in this landscape through excess. The experiment would also respond to a metaliterary reflection by dramatizing the narrative and representative limits through the event perspective, here mediated by the theatrical and performative reference dear to Noll’s creative imagination.||Revisitamos neste artigo a obra O cego e a dançarina (1980), de João Gilberto Noll, utilizando a expressão “fato cruento”, presente em conto homônimo, para explicitar as evoluções de um imaginário violento, destrutivo, que transita do erotismo à imolação efetiva do corpo. A partir da análise dessas variações, o dado pode ser um sintoma associado à paisagem ficcional definida por trágica alienação da vida humana, seja em sentido intelectual, afetivo ou libidinal. Por outro viés, objetivamos lê-lo como recurso capaz de intervir nessa paisagem por meio do excesso, configurando uma forma de continuidade, apesar de efêmera, à vida. Em mesma medida, o experimento atenderia à reflexão metaliterária presente no autor ao dramatizar os limites narrativo e representativo via acontecimento, aqui mediado por meio do referencial teatral e performático, caro ao imaginário criativo nolliano.