Descrição
O objetivo do artigo é apreender e refletir sobre como os portais de notícias G1 e a Gazeta do Povo enquadraram, administraram e organizaram, por intermédio do discurso jornalístico, as fotografias dos indígenas Yanomami em estado de desnutrição, registrados pela Urihi Associação Yanomami, oferecendo, assim, diferentes modos de inteligibilidade para o evento. Nossa problematização parte das perguntas condutoras: como e quais quadros de sentidos são convocados pelo G1 e pelo Jornal Gazeta do Povo, nas matérias de dezembro de 2022 e janeiro de 2023, para que as imagens dos indígenas, ao mesmo tempo, tivessem proeminência na encarnação discursiva do acontecimento e fossem os elementos interpretativos principais? Nossa fundamentação incorpora com os conceitos de “acontecimento” (Quéré, 2005; 2012), da noção de “enquadramento” (Goffman, 2012), do contexto na perspectiva pragmatista, além da noção de “discurso” (Charaudeau, 2013; Foucault, 2014). O movimento metodológico adotado é a individuação do acontecimento (Quéré, 2011).