Descrição
In every society, the body has always been in the clutches of powers that impose limits and prohibitions on it. In contemporary times, however, the dispositive for monitoring the body have expanded, aiming to disassemble and reassemble it based on established norms. From this machinery emerges a binary understanding of human corporeality: on one side, the healthy, beautiful, normal, and the efficient; on the other, the sick, ugly, abnormal, and disabled. Given this scenario, it is important that we create an environment in which it is possible to form free citizens who are artists of themselves, who turn their lives into works of. This article reflects on the antinormative nudity of people with disabilities, while trying to answer the following questions: What does it mean to have an abnormal body? Does the disabled person have a body that carries an aesthetic? The answer to these questions will be brought through political philosophy reflections and with my artistic works. I am, hoping to bring the invisible effects that the machinery of governmentality has on the bodies of people with disabilities to the surface of public dialogue while, at the same time, creating a locus that enables the visibility of these same bodies.||Em toda sociedade, o corpo sempre esteve nas garras dos poderes que lhe impõem limites e proibições. Na contemporaneidade, porém, os dispositivos de esquadrinhamento do corpo têm se avolumado, visando desmontá-lo e remontá-lo a partir de normas estabelecidas. Dessa maquinaria emerge uma compreensão binária da corporeidade humana: de um lado, o saudável, o belo, o normal e o eficiente; do outro, os doentes, feios, anormais e deficientes. Diante desse cenário, é importante criarmos um ambiente em que seja possível formar cidadãos livres, artistas de si mesmos, que transformem suas vidas em obras de arte. Este artigo pretende refletir sobre a nudez antinormativa das pessoas com deficiência, ao mesmo tempo que procurará responder às seguintes questões: O que significa ter um corpo anormal? A pessoa com deficiência tem um corpo que carrega uma estética? Procurarei responder a estes questionamentos através das reflexões filosóficas políticas e dos meus trabalhos artísticos. Portanto, desejei trazer para a superfície do diálogo público os efeitos invisibilizadores que as maquinarias de governamentalidade têm sobre os corpos das pessoas com deficiência; ao mesmo tempo em que procurarei construir um lócus possibilitador de visibilidade desses mesmos corpos.
