Descrição
O artigo investiga as transgressões dos padres que substituíram os jesuítas nas missões de Moxos (Bolívia) demonstrando por um lado a violência religiosa e, por outro, a resistência indígena à esse cenário. Conclui-se que apesar das violências dos curatos, as lideranças indígenas desempenharam papel crucial em constantes denúncias escritas e orais, as quais foram registradas pelo aparato colonial. A abordagem documental possibilita uma reconstrução crítica dos eventos, evidenciando um cenário complexo onde as missões não apenas testemunharam violências contra os indígenas reduzidos, mas também foram palco de grandes reivindicações e lutas, o que enfatiza o protagonismo indígena no sistema colonial. Metodologicamente, o artigo se baseia na análise de documentação colonial primária e na revisão integrativa da historiografia jesuítica.||The article investigates the transgressions of the priests who replaced the Jesuits in the missions of Moxos (Department of Beni, Bolivia) demonstrating, on the one hand, religious violence and, on the other, indigenous resistance to this scenario. It is concluded that, despite the violence of the curates, indigenous leaders played a crucial role in constant written and oral denunciations, which were recorded by the colonial apparatus. The documentary approach enables a critical reconstruction of the events, highlighting a complex scenario where the missions not only witnessed violence against reduced indigenous people, but were also the scene of major demands and struggles, which emphasizes the indigenous protagonism in the Spanish colonial system. Methodologically, the article is based on the analysis of primary colonial documentation and the integrative review of Jesuit historiography.
