Descrição
Neste artigo, tomamos a noção de suplemento do filósofo Jacques Derrida para demonstrar como a escrita das autoras Virginia Woolf e Hélène Cixous aponta para a ausência de argumentos e críticas feministas no debate sobre a autoformação do indivíduo moderno e iluminista constituído pelo que se convencionou chamar como Bildung. Traçaremos a importância de uma educação estética para a construção da identidade nacional, como postulado por Friedrich Schiller, para então, contrapor a defesa do indivíduo racional, educado, patriota e moderno como o modelo ideal para a construção de uma ideia de nação através das críticas do filósofo pós-estruturalista Jean-François Lyotard e seu conceito de metarrelatos. Finalmente, recorreremos aos escritos de Virginia Woolf e Hélène Cixous, além de relacioná-las com as ideias da filósofa contemporânea Gayatri Spivak, para investigar como tais autoras fazem uso também da ficção e agem como suplemento à crítica aos metarrelatos de Lyotard ao indicar que o sujeito ideal da modernidade e da Bildung iluminista pressupõe a subjugação do feminino e se constitui como necessariamente masculino.||In this paper, we take the notion of Supplement by philosopher Jacques Derrida to demonstrate how authors Virginia Woolf and Hélène Cixous highlight the absence of feminist arguments and critique on the debate about the Bildung. We shall trace the importance of an aesthetic education in the construction of national identity, as postulated by Friedrich Schiller, to, then, oppose the defence of the rational, educated, patriotic, and modern individual as the ideal model for the construction of an idea of nation through the writings of post-structuralist philosopher Jean-François Lyotard and his concept of metanarratives. Finally, we shall recur to the writings of Virginia Woolf and Hélène Cixous, as we relate them to the ideas of contemporary philosopher Gayatri Spivak, to investigate how both authors utilize fiction as well act as supplement to the critique on the metanarratives by Lyotard as they indicate that the ideal subject of modernity and the Enlightened Bildung presupposes the subjugation of the feminine and is necessarily masculine.