Descrição
This article seeks to read Thomas More’s Utopia (1516) as a key of analysis of the intrinsic connections between European modernity and a set of practices produced by the colonial process. Thus, the main objective is to discuss how fictional discourse can serve us, contemporary readers, as a didactic tool to visualize, in territories created by the colonial process, the persistence of its mechanisms. Using fiction as a field of discussion and response to this process would mean to claim the topology of the utopic, making it a kind of fictional mock-up of societies constituted by colonialism, anticipating or reflecting the spatial alterations imposed by modernity.||Este artigo se propõe a ler Utopia (1516), de Thomas More, como uma chave de análise das conexões intrínsecas entre a modernidade europeia e um conjunto de práticas produzidas pelo processo colonial. Nesse sentido, nosso objetivo principal é discutir de que modo o discurso ficcional pode servir a nós, leitores contemporâneos, como ferramenta didática para visualizar em territórios gestados pelo processo colonial a persistência de seus mecanismos. Fazer da ficção um campo de exploração e de resposta a esse processo significaria reivindicar a topologia do utópico, fazer deste uma espécie de maquete ficcional das sociedades constituídas pelo colonialismo, antecipando ou refletindo as alterações espaciais que a modernidade impõe.