Descrição
The reconstruction of mbira music in Mozambique (Maputo), once stigmatized in African
societies, has been asserting itself since the beginning of the 21st century due to various
movements and personalities. This thesis seeks to understand the practicalities and strategies
applied to the reinvention and maintenance of vachayi va timbira in Maputo (Mozambique),
as well as their inter-relationship with integrated musical arts. The research was based on an
ethnographic research, consolidated in fieldwork that, between 2019 and 2022, provided an
interaction with the vachayi va timbira. In this context, people train themselves through active
and reflective listening, trial and mistake, gestures and sound, collaborative work, especially
by looking, listening, feeling, imitating, and repeating patiently. The collecting of these
processes was possible thanks to the dialogue of references from the Gestual, Oral and
Practical Empirical Field, as well as the theoretical bases, from African Musicology,
Ethnomusicology, History, Anthropology, and Music Education. The results indicate that
mbira music is a repository of information for the re-education of the African people in their
names, languages, dances, songs, musical instruments, religions, environment, heritage of
struggle, unity and capabilities, making this people take its past as a field of constructive
achievements for humanity. Being open to people, processes, strategies and characteristics of
mbira music means developing democratic emancipatory practices that go beyond the music
itself, inter-relating it with society, culture, language, creativity, innovation, and more.||Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES||A reconstrução da música de mbira em Moçambique (Maputo), outrora estigmatizada em
sociedades africanas, vem se afirmando desde o início do século XXI por força de vários
movimentos e pessoas singulares. O objetivo desta tese é compreender as práticas e
estratégias aplicadas na reinvenção e manutenção dos/das vachayi va timbira em Maputo
(Moçambique), bem como a sua inter-relação com as artes musicais integradas. O trabalho foi
baseado numa pesquisa etnográfica, consolidada em um trabalho de campo que, entre os anos
de 2019 e 2022, proporcionou uma interação com os/as vachayi va timbira em Maputo. Nesse
contexto, as pessoas se moldam através de escuta ativa e reflexiva, de experimentos de erros e
acertos, de sinais gestuais e sonoros, de trabalho coletivo, sobretudo olhando, ouvindo,
sentindo, imitando e repetindo pacientemente. A captação desses processos foi possível graças
ao diálogo de referenciais do Campo Empírico Gestual, Oral e Prático, bem como bases
teóricas, das áreas de Musicologia Africana, Etnomusicologia, História, Antropologia e
Educação Musical. Os resultados apontam que a música mbira é um repositório de
informações para a reeducação do povo africano em seus nomes, línguas, danças, canções,
instrumentos musicais, religiões, ambiente, herança de luta, unidade e capacidades, fazendo
com que este povo tome seu passado como um campo de realizações construtivas para a
humanidade. Estar aberto a pessoas, processos, estratégias e características da música de
mbira significa desenvolver práticas emancipatórias democráticas que extrapolam a música
em si, inter-relacionando-a com a sociedade, cultura, língua, criatividade, inovação e mais.
