Descrição
This paper intends to present a reading of Clarice Lispector’s first novel, Near to The Wild Heart, from a dialog between literature and philosophy. We stem from the relations between Clarice Lispector’s literature and Friedrich Nietzsche’s tragic philosophy to demonstrate how the Brazilian writer, in her opening novel, constructs a universe related to the tragic knowledge that affirms the body, not-knowing, and life as becoming. It is not about reading the literary text as a philosophical novel, but rather as a thinking text. In a first reading effort, we argue that the novel presents praise to sensitiveness as a line of force; then, we reflect on the notion of softness as another line of force also related to tragic knowledge.||O presente artigo pretende efetuar uma leitura do primeiro romance de Clarice Lispector Perto do coração selvagem a partir de um diálogo entre literatura e filosofia. Tomamos como ponto de partida as relações entre a literatura de Clarice Lispector e a filosofia trágica de Friedrich Nietzsche para demonstramos como no romance inaugural a escritora brasileira constrói um universo relacionado ao pensamento trágico que afirma o corpo, o não-saber e a vida como devir. Não se trata de ler o texto literário como romance filosófico, mas, pelo contrário, como texto pensante. Em um primeiro movimento da leitura, defendemos como o romance possui como uma de suas linhas de força o elogio ao sensível e, em seguida, pensamos a noção de suavidade como outra linha de força também relacionada ao saber trágico.