Descrição
This article discusses the concerns experienced by a narrator for not feeling that she inhabits the body she was born with. The novel O corpo em que nasci by Guadalupe Nettel (2013) reveals a little girl’s conflicts who spends her childhood and adolescence in crisis due to an eye injury and a hunched back by feeling the strangeness of her body. This text problematizes the impact of coloniality in the configuration of abject bodies in the Colonial Matrix of Power (CMP) relegating such bodies to social invisibility. I enter this discussion from the perspective of theorists such as Mignolo (2018), Hooks (2020), Lugones (2019). Therefore, the aim of this article is to reflect on how corporeity, a western Christian Eurocentered construction, interferes in the individual subjectivity and in the derogatory way one often sees it and the need to rethink this vision in order to decolonize it. ||Este artigo discute as inquietações vividas por uma narradora ao não sentir habitar o corpo em que nasceu. O romance O corpo em que nasci de Guadalupe Nettel (2013) expõe os conflitos de uma menina que passa a infância e a adolescência, em crise, com um olho deficiente e as costas encurvadas, sentindo a estranheza desse corpo. Problematiza-se, neste texto, o impacto da colonialidade na configuração de corpos abjetos dentro da Matriz Colonial de Poder (MCP), relegando esses corpos à invisibilidade social. Adentro essa discussão na perspectiva de teóricos como Mignolo (2018), Hooks (2020), Lugones (2019). O objetivo deste artigo é, portanto, refletir sobre como a corporeidade, construção ocidental cristã eurocentrada, interfere na subjetividade do indivíduo e na forma depreciativa com que, muitas vezes, se enxerga havendo a necessidade de repensar essa visão a fim de descolonizá-la.
