Descrição
O artigo analisa a representação do milagre da estigmas de Francisco de Assis nas hagiografias franciscanas “oficiais” e “não oficiais” dos séculos XIII e XIV. Em especial, analisamos os discursos contraditórios sobre o tema nas obras Espelho da Perfeição (SP) e Legenda Perusina (LP). Identificamos diferenças na descrição e importância dada aos stigmata em relação ao material hagiográfico “oficial”, como a Vita Prima (1C) de Tomás de Celano e a Legenda Maior (LM) de Boaventura. Pretendemos debater os novos fatos para evidenciarmos a disputa mnemônica do milagre dos estigmas compilado sob a óptica dos companheiros próximos a Francisco de Assis, ou seja, o do grupo “nos qui cum eo fuimus” que apresenta uma interpretação diferente da visão oficial dos textos hagiográficos tutelados pela Igreja.