Descrição
Este artigo intenciona contribuir no reconhecimento dos bebês como sujeitos (inter)ativos, de direitos e produtores de cultura. Com Schmitt (2008), problematizamos o lugar que eles muito ocuparam, de incapazes e não-importantes, e destacamos práticas, discursos e leis relevantes na forma como são entendidos pelos adultos. Trazemos, então, em um movimento não-adultocêntrico, discussões sobre o currículo das creches, centralizando-o, com Benjamin (2002) e Barbosa (2010), nas linguagens. E, a partir de Graue e Walsh (2003), Delgado e Müller (2005), entre outros autores, buscamos alguns aspectos que vêm sendo ressaltados nas pesquisas com crianças, que apontam tal metodologia como possibilidade de visibilidade das capacidades e especificidades potentes dos bebês. Esta reflexão atentou para o quanto eles sabem de si e possuem saberes que ainda não consideramos, lembrando o quão complexo é iniciar-se no mundo. Descobrir (com) os bebês permite, ainda, dar outros sentidos à passagem dessas crianças pequeníssimas pelas instituições educacionais coletivas.