A Dimensão Esquecida do Trabalho: Entrevista com Jaime Santos Júnior

Descrição

Resumo: Como parte do dossiê “Antropologias do Trabalho: Desafios Latino-Americanos”, apresentamos a entrevista realizada com o professor da UFPR, Jaime dos Santos Junior que, refletindo sobre sua trajetória biográfica e acadêmica, ressalta a importância de uma Ciência Social atenta às “zonas cinzentas” dos mundos do trabalho, convidando a um olhar para os interstícios e os não-ditos. Suas pesquisas sobre trabalhadores do corte de cana em Sergipe, sobre operários migrantes no ABC paulista ou, ainda, memórias operárias relacionados à ciclos de greves em Pernambuco e São Paulo – realizadas sempre em interlocução com uma rede de pesquisadoras e pesquisadores – destacam a importância do estudo do cotidiano. A interpretação do cotidiano, no trajeto intelectual de Jaime, sugere uma atenção sociológica complexa para as resistências, as configurações familiares, os movimentos sociais, relações patronais, entre outros fenômenos. A narrativa do entrevistado enfatiza um esforço de propor uma sociologia do trabalho “que não quer ser apenas uma sociologia da denúncia.”Palavras-chave: Antropologia do Trabalho; Trajetória Intelectual; Setor Sucroalcooleiro; Memória Operária  THE FORGOTTEN DIMENSION OF WORK:INTERVIEW WITH JAIME SANTOS JÚNIORAbstract: As part of the special issue “Anthropologies of Work: Latin-American challenges” we present the interview with professor Jaime Santos Junior of Federal University of Paraná. He speaks about his intellectual and biographical trajectory highlighting the importance of a social science who looks to the “grey areas” of the worlds of work: the unspoken and the interstitial. His researches about cane workers in Sergipe, migrant workers in “ABC Paulista”, or even worker’s memories of strikes cycles in Pernambuco and São Paulo evidence the importance of study the quotidian. The interpretations of the ordinary life in the intellectual path of professor Jaime suggest a complex sociological attention to resistances, family settings, social movements, employer relations and other phenomena. The interviewee’s narrative emphasizes and effort of propose a sociology of work that “don’t want to be just a sociology of denunciation”.Keywords: Anthropology of Work. Intellectual Trajectory. Sugar and Alcohol Sector. Memory of Work