Descrição
As mudanças teórico-metodológicas na historiografia da educação permitiram a substituição de uma análise macro da política educacional, que ignorava ou obscurecia o que ocorria no intramuros da escola, por uma análise mais detalhada do território escolar como espaço de produção de uma cultura própria e de suas transformações. Esta reorientação resultou na valorização de uma prática social exercida por e entre pessoas e também no plano da materialidade física dos instrumentos e espaços que fundamentam e dão suporte a essa ação. A análise da escola remete a várias leituras, dentre as quais o enquadramento da cultura material da prática educativa, consubstanciada sinteticamente: a) na escola como um espaço qualificado – seu projeto arquitetônico e suas funções; b) nos seus instrumentos qualificadores – tudo o que se constitui em apoio para a realização das práticas de ensino/aprendizagem; c) no tecido das relações interpessoais que sustenta essas práticas. Neste artigo, pretende-se realizar uma exploração inicial sobre o espaço qualificado – a arquitetura escolar e suas relações com o projeto político e pedagógico, na perspectiva da pesquisa históricodocumental, tendo como foco a rede municipal de ensino de Curitiba.