Descrição
O artigo ora apresentado é fruto de uma investigação que está sendo feita com duas gerações da mesma família, pais e filhos adultos que também exercem a paternidade ou maternidade em bairros da periferia de uma pequena cidade do interior de Minas Gerais. Sabe-se que na família, de uma geração a outra, são passadas inclinações, práticas e disposições. O objetivo principal do estudo é conhecer as representações que cada uma dessas gerações têm da escola e da sua relação com a família, bem como as mudanças e permanências nas práticas cotidianas de apoio à escolarização dos filhos. Para isso, optou-se pela abordagem qualitativa e pela metodologia da história oral temática a fim de perceber a memória de pais e filhos em relação à sua vivência escolar, o meio em que vivem e o papel da família e da comunidade nesse contexto. A pesquisa tem mostrado, entre outras coisas, que de uma geração a outra muito mudou. A escola, embora tenha sido valorizada na geração dos mais velhos, hoje tem ocupado papel central na vida das famílias jovens. Se na geração dos pais os castigos físicos eram recorrentes e a autoridade do professor era incontestável, na geração dos jovens pais preza-se pelo diálogo e o professor já não é associado ao saber inquestionável. Tais mudanças em tão curto espaço de tempo trazem aos jovens pais insegurança e novos questionamentos.