Descrição
Nesse trabalho, nos inspiramos em Judith Butler (2015a) para mirar o processo de criação artística como uma cena de interpelação na qual a artista produz a si mesma na relação com a alteridade, expressando-se de forma reflexiva a partir de um lugar de fala social, produzindo um relato de si mesma a partir do contato com a alteridade. No caso da performance Parda, aqui relatada, a interpelação racial põe em jogo os significados da mestiçagem, levando em conta o histórico brasileiro da violência colonial e do embran-quecimento como política pública, e busca desestabilizar as estruturas racistas que regem as normas de reconhecimento, rejeitando a imobilização de construções identitárias.||In this article, we get inspired by Judith Butler (2015a) to focus on the pro-cess of artistic creation as a scene of interpellation. The artist creates herself in relation to the otherness, expressing herself reflectively from a place of social talking, thus pro-ducing a story of the self from the contact with the other. In the case of the Parda per-formance here described, the racial interpellation plays with meanings of miscegenation, taking into account the Brazilian background of colonial violence and whitening as a pu-blic policy and looking forward to destabilize racist structures that inform rules of recog-nition, thus rejecting steady identity constructions.